A minha experiência, ao ler em e-readers como o Kindle, foi muito boa. Foi uma das fases da minha vida em que eu mais li. Uma vez, quando ia para a faculdade, eu esqueci o meu Kindle no Uber. Nunca recebi um telefonema. O Kindle já não era meu. Ele pertencia ao mundo. Foi assim que, bem triste, voltei a ler livro de papel.
Alguns anos depois, quando me deparei com uma obra chamada “O Cérebro no Mundo Digital”, percebi que talvez tenha sido algo bom. A autora diz que a nossa mente, por conta da agilidade com que as informações são transmitidas, já não absorve mais as coisas com a mesma intensidade em telas, quando se a atividade fosse realizada num livro de papel.
Gosto da forma como a autora encerra; ela diz que é preciso conciliar as duas coisas e que o mundo virtual é uma realidade que não podemos negar. Eu mesmo acredito que cada leitor funciona de forma diferente e que o Kindle pode sim potencializar um leitor a ler mais.
Aposentei o meu que adquiri após esquecer meu primeiro no Uber; espero que a musa esteja fazendo bom proveito. No momento, estou fazendo companhia para o gato enquanto ele come; achava eu que felinos eram animais independentes; eu não poderia estar mais enganado.